Monday, March 22, 2021

COMO FOI A DISCIPLINA DE MÉTODOS QUANTITTIVOS EM 2020?

 MÉTODOS QUANTITATIVOS DE PESQUISA EM PSICOLOGIA

Gostaria de relatar uma experiência didática no ensino de graduação em Psicologia e, ao mesmo tempo, compartilhar o material didático produzido. O segundo semestre letivo de 2020 se encerra na próxima semana, no  dia 31 de março de 2021 e também ocorreu de forma remota em função da Pandemia de COVID-19.

O desafio enfrentado era ministrar, de forma remota, uma disciplina sobre métodos quantitativos de pesquisa para alunos do primeiro período do curso de graduação em Psicologia. Ou seja, para alunos que não têm a menor experiência prévia com a área de Psicologia e com a pesquisa.  Alunos, entretanto, que são muito qualificados e inteligentes, tendo sido selecionados em um concurso muito competitivo.

Lembrei-me dos anos de 2009 e 2010, última ocasião em que eu ministrei essa disciplina. Na época, tive a idéia de propor aos alunos a realização de um projeto simulado de pesquisa. Sugeri para os alunos que testassem a hipótese de que existe uma associação entre velocidade articulatória e capacidade de armazenamento e processamento na memória de trabalho.

A hipótese de uma associação entre velocidade articulatória e capacidade de armazenamento e processamento na memória de trabalho foi escolhida porque: a) Já foi replicada inúmeras vezes, sendo bem estabelecida; b) Pode se operacionalizada através de testes muito simples de repetição automatizada de estímulos verbais para a velocidade articulatória e de digit span para a memória de trabalho verbal; c) Exige testes estatísticos muito simples, basicamente correlação e regressão, os quais oodem ser facilmente implementados através do Excel.

A turma foi então dividida em cinco equipes: a) Redação do projeto; b) Avaliação da eticidade; c) Coleta de dados: d) Análise estatística; d) Relatório.

O resultado dessa experiência didática em 2009 e 2010 foi muito bom. Diversos alunos daquela época se motivaram para fazer iniciação científica e muitos são pesquisadores atualmente, tendo feito mestrado e/ou doutorado.

Como os instrumentos empregados podem ser facilmente adaptados para testagem remota, resolvi encarar o desafio. O programa da disciplina foi desenvolvido em 10 módulos de aulas assíncronas previamente gravadas, 15 encontros síncronos de supervisão de projeto e trabalho extra-classe dos alunos.

Contei com a ajuda de um monitor extremamente dedicado e competente, o Rafael Correa Aranha, além de um time de colaboradores que preparou uma série de aulas extras. Agradeço especialmente a Camila Peixoto, Claudiron Gonçalves, Emanuelle de Oliveira Silva, Henrique Simplício, Higna Ester Ferreira Silvam, Marcela Marques Rodrigues e Rafael Correa Aranha.

Os videos estão disponíveis através do canal @LND-UFMG do YouTube, ou de forma mais sistemática deste link.

Pelo que pude perceber, o resultado foi muito positivo. Os alunos se motivaram, fizeram um excelente trabalho. Foi uma experiência muita agradável para mim que estou na bica da aposentadoria. Deu-me a sensação de que ainda não estou acabado, que ainda posso e estou fazendo coisas.


MÓDULOS DO PROJETO SIMULADO DE PESQUISA

Projeto de pesquisa

Ética na pesquisa com seres humanos

Introdução

Referencial teórico

Delineamento de pesquisa

Participantes

Instrumentos e procedimentos

Análise estatística

Resultados

Discussão

Publicação



AULAS EXTRA

Iniciação científica

Revisão sistemática

Psicometria

Ansiedade estatística

Estatística no Excel

Teste de hipóteses

Poder estatístico

Correlação e regressão

A associação entre o raciocínio quantitativo e a aritmética é causal?

Qual é a prevalência de discalculia do desenvolvimento?



DISCLAIMER

Eu não sou metodólogo. Simplesmente sistematizei o que estudei e aprendi na prática ao longo de 40 anos e que facilita a redação  e implementação de projetos de pesquisa e redação de trabalhos científicos e publicação. O nível é muito básico, introdutório. Esse material pode ser útil para alunos de iniciação científica, alunos de pós-graduação que se confrontem com a tarefa de redigir seus projetos ou seus relatórios, bem como profissionais que tenham interesse por fazer uma pós-graduação.

VIDEO-CURSO: MÉTODOS QUANTITATIVOS EM PSICOLOGIA

Título da disciplina: Métodos quantitativos de pesquisa em psicologia 

Data: Segundo Semestre de 2020 

Docente: Vitor Geraldi Haase 

Monitor-bolsista: Rafael Correa Aranha 

Público-alvo: Alunos do primeiro período da graduação em Psicologia 

Ementa: A mensuração na ciência. A mensuração em psicologia. Medidas e variáveis em psicologia. Construção de instrumentos, procedimentos de coleta, tratamento e análise de dados quantitativos. Pesquisa quantitativa com o auxílio do computador. 

HIstórico: A disciplina buscou responder ao desafio didático de ministrar um curso de metodologia quantitativa em psicologia para alunos do primeiro período do curso de graduação em psicologia em meio à Pandemia de COVID-19. A solução encontrada foi propor aos alunos que realizassem um projeto simulado de pesquisa testando a hipótese de que existe uma associação entre a velocidade articulatórria e a capacidade de armazenamento e processamento na memória de trabalho verbal. A questão de pesquisa foi selecionada porque se trata uma hipótese consistentemente verificada na literatura e porque os instrumentos de coleta de dados podem ser usados online. A turma foi dividida em equipes, cada uma ficando responsável por um aspecto de um projeto de pesquisa: a) Redação do projeto; b) Avaliação da Etidicidade; c) Coleta de dados; d) Análise estatística; e e) Relatório de pesquisa. A disciplina foi ministrada soba forma de 10 módulos de aulas asíncronas previamente gravadas, 15 reuniões síncronas online, trabalho extra-classe dos alunos e aulas extra. 

VIDEOAULAS SOBRE UM PROJETO SIMULADO DE PESQUISA 

1a - Projeto de Pesquisa
Vitor Geraldi Haase


1b - Projeto de Pesquisa
Vitor Geraldi Haase 


2a - Ética na pesquisa com seres humanos
Vitor Geraldi Haase


2b - Ética na pesquisa com seres humanos
Vitor Geraldi Haase


3.1 - Introdução 
Vitor Geraldi Haase


3.2a - Introdução - Referencial teórico
Vitor Geraldi Haase 


3.2b - Introdução - Referencial teórico
Vitor Geraldi Haase 


4a - Delineamento de pesquisa
Vitor Geraldi Haase 


4b - Delineamento de pesquisa
Vitor Geraldi Haase 


5 - Participantes
Vitor Geraldi Haase 


6a - Instrumentos e procedimentos
Vitor Geraldi Haase 


6b - Instrumentos e procedimentos
Vitor Geraldi Haase 


7a - Estatística descritiva
Vitor Geraldi Haase 


7b - Estatística - Distribuição amostral
Vitor Geraldi Haase 


7c - Estatística - Teste da hipótese nula
Vitor Geraldi Haase 


7d - Estatística - Correlação
Vitor Geraldi Haase


7e - Estatística - Seleção de testes
Vitor Geraldi Haase


8 - Resultados
Vitor Geraldi Haase 


9 - Discussão
Vitor Geraldi Haase 


10 - Publicação
Vitor Geraldi Haase 




VIDEO-AULAS EXTRA 

Iniciação científica
Vitor Geraldi Haase


Revisão sistemática
Camila Peixoto


Revisão sistemática
Henrique Simplício


Psicometria
Emanuelle de Oliveira Silva


Ansiedade estatística
Claudiron Gonçalves 


Estatística no Excel
Rafael Correa Aranha


Teste de hipóteses
Higna Ester Ferreira Silva


Poder estatístico
Higna Ester Ferreira Silva


Correlação e Regressão
Marcela Marques Rodrigues


A associação entre raciocínio quantitativo e aritmética é causal?
Vitor Geraldi Haase


Qual é a prevalência da discalculia do desenvolvimento?
Vitor Geraldi Haase



LEITURAS SUGERIDAS


Pesquisa científica


Alves-Mazzotti, A. J. & Gewandsznajder (1999). Uma visão geral do método nas ciências naturais. In A. J. Alves-Mazzotti & F. Gewandsznajder. O método nas ciências naturais e sociais. Pesquisa quantitativa e qualitativa (2a. ed.) (pp. 1-9). Rio de Janeiro: Thompson.


Alves-Mazzotti, A. J. & Gewandsznajder (1999). Ciência natural: os pressupostos filosóficos. In A. J. Alves-Mazzotti & F. Gewandsznajder. O método nas ciências naturais e sociais. Pesquisa quantitativa e qualitativa (2a. ed.) (pp. 10-43). Rio de Janeiro: Thompson.


Alves-Mazzotti, A. J. & Gewandsznajder (1999). A pesquisa cientifica. In A. J. Alves-Mazzotti & F. Gewandsznajder. O método nas ciências naturais e sociais. Pesquisa quantitativa e qualitativa (2a. ed.) (pp. 65-84). Rio de Janeiro: Thompson.


Castañon, G. A. (2004). Pós-modernismo e política científica na psicologia contemporânea: uma revisão crítica. Temas em Psicologia da SBP, 12, 155-167.


Mensuração


Fife-Schaw, C. (2010). Níveis de mensuração. In G. M. Breakwell, S. Hammond, C. Fife-Schaw & J. A. Smith (eds.) Métodos de pesquisa em psicologia (pp. 64-77). Porto Alegre: ARTMED.


Hammond, S. (2010). Utilizando testes psicométricos.  In G. M. Breakwell, S. Hammond, C. Fife-Schaw & J. A. Smith (eds.) Métodos de pesquisa em psicologia (pp. 190-215). Porto Alegre: ARTMED.


Delineamento de pesquisa


Sturgis, P. (2010). Levantamento e amostragem In G. M. Breakwell, S. Hammond, C. Fife-Schaw & J. A. Smith (eds.) Métodos de pesquisa em psicologia (pp. 116-132). Porto Alegre: ARTMED.


Davis, A. & Bremner, G. (2010). O método experimental em psicologia In G. M. Breakwell, S. Hammond, C. Fife-Schaw & J. A. Smith (eds.) Métodos de pesquisa em psicologia (pp. 78-99). Porto Alegre: ARTMED.


Fife-Schaw, C. (2010). Modelos quasi-experimentais. In G. M. Breakwell, S. Hammond, C. Fife-Schaw & J. A. Smith (eds.) Métodos de pesquisa em psicologia (pp. 100-115). Porto Alegre: ARTMED.


Estatística


Fife-Schaw, C. (2010). Princípios de estatística inferencial. In G. M. Breakwell, S. Hammond, C. Fife-Schaw & J. A. Smith (eds.) Métodos de pesquisa em psicologia (pp. 382-404). Porto Alegre: ARTMED.


Hammond, S. (2010). Introdução à análise multivariada de dados.  In G. M. Breakwell, S. Hammond, C. Fife-Schaw & J. A. Smith (eds.) Métodos de pesquisa em psicologia (pp. 406-433). Porto Alegre: ARTMED.